Descontentes com o pacote de mudanças proposto pelo governo Eduardo Leite, servidores da área de educação protestaram ontem. Durante ato em Porto Alegre, o Sindicato dos Professores e Funcionários de Escola do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) anunciou greve a partir de segunda-feira, dia 18.

De acordo com o 18º Núcleo do Cpers/Sindicato, a estimativa é de que a greve dure 15 dias e a intenção é realizar uma paralisação curta, mas com grande número de pessoas. Em Santa Cruz do Sul, estima-se que 50% dos professores deva aderir ao movimento. Em Vera Cruz, profissionais da educação também sinalizaram que vão participar.

ATO DE ESTUDANTES
Em Vera Cruz, as cinco escolas estaduais suspenderam as aulas nesta quinta-feira. Estudantes da Escola Paraguaçu realizaram um ato na rua Cláudio Manoel, no entroncamento com a rua Thomaz Gonzaga. No semáforo, cerca de 30 estudantes dos 7º, 8º e 9º anos, ao lado de professores, pediram mais respeito à classe. Junto, cartazes, faixas e gritos de ordem. O ato também teve a participação de um policial militar aposentado, que mostrou apoio à causa, já que a categoria também sofre com mudanças no plano de carreira. 

Os estudantes ainda seguiram até a Prefeitura de Vera Cruz, onde foram recebidos pelo prefeito Guido Hoff, que mencionou que é legítima a reivindicação e que está pagando em dia os professores do município.

O diretor da Escola Vera Cruz, o Poli, Carlos Jardel Henn, lamenta a atual situação. “Eu, como diretor, fico de mãos atadas de cobrar ânimo e qualidade dos professores, porque sabemos que ninguém e nada nos apoiam”, desabafa. “Infelizmente, este projeto de governo em acabar com o funcionalismo e a qualidade da educação está nos deixando sem opção a não ser greve”, completa.
Nos educandários de Vera Cruz, os professores e funcionários se reúnem em seus turnos nesta segunda-feira, dia 18, para definirem sobre a adesão ou não à greve. A tendência é por aderir.