Vera Cruz amanheceu em polvorosa na terça-feira, dia 5 de dezembro. A comunidade foi acordada com as notícias de que o Ministério Público havia descoberto um esquema de beneficiamento de munícipes nas Secretarias de Saúde e Desenvolvimento Rural e cumpria mandados de busca e apreensão na Prefeitura, na Câmara e na casa dos investigados. Dois secretários, além do vice-prefeito e de dois vereadores foram afastados de suas funções por 120 dias. Cinco servidores, sendo quatro deles vinculados à Câmara e um à Secretaria de Saúde, tiveram o exercício de sua função pública suspensa. Naquele momento, a Capital das Gincanas se tornara manchete nos principais meios de comunicação.
Desde novembro do ano passado, quando uma denúncia anônima chegou à promotora Maria Fernanda Cassol Moreira, a possível prática de furar fila nos atendimentos médicos, na marcação de exames e na distribuição de materiais como cascalho e brita começou a ser averiguada. O acréscimo de força desta investigação foi a partir de julho de 2017, e com o apoio da Polícia Civil, da Brigada Militar e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) teve sua primeira operação, batizada de “fura-fila”, nesta semana. “Detectamos dentro de um sistema organizado por eles [investigados] uma prática de vários tipos de ilícitos. No total, detectamos nove formas de fraude. Por isso que é uma investigação bastante complexa. A mais corriqueira foi a fura-fila no SUS”, explicou o promotor João Beltrame em coletiva de imprensa na terça-feira.
OS MANDADOS
Durante a operação foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão e 10 de afastamento: do vice-prefeito, Alcindo Iser; dos secretários municipais da Saúde, Eliana Giehl, e do Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Mártin Nyland; dos vereadores Eduardo Viana e Marcelo Carvalho; dos assessores parlamentares da Câmara de Vereadores Gelson Fernandes Moura, Guilherme Matheus Oziemblovski e Anselmo Eli Ferreira Júnior; da servidora da Secretaria Municipal de Saúde, Adriane Mueller; e da diretora-geral da Câmara de Vereadores, Ilse Miguelina Borges Riss. Os de busca e apreensão foram na casa dos investigados e em locais de trabalho de médicos (dois deles em Santa Cruz, um em Vera Cruz e outro em Santa Maria).
Na edição impressa do Jornal Arauto desta sexta-feira, confira a cobertura completa.